domingo, 20 de março de 2011

Arte Latino-americana

Santa Rosa de Lima: Pintura Cuzqueña - Victor Hugo, 1996


Da esquerda à direita: Genercy, Victor Hugo e sua secretária e Maria das Graças (Superintendente da Cultura)


Arte latino-americana


A produção de Victor Hugo Bravo Romero intitulada “Santa Rosa de Lima” (pintura cusquenha – formato da tela: 1,50 x 1,00 cm), faz parte do meu pequeno acervo particular, adquirida em 1996 na oportunidade de uma exposição do referido artista no Palácio da Cultura Teotônio Vilela em Quirinópolis – Go, onde resido. Victor Hugo Bravo Romero é um artista plástico peruano, professor de Artes e especializado em pintura colonial peruana. Continuador da corrente pictórica conhecida como “Escuela Cuzqueña”, descobriu sua vocação ao iniciar seus estudos numa escola religiosa em Cuzco, onde conviveu com quadros antigos e com a beleza da cidade, centro e capital do Império Inca e hoje o maior centro arqueológico da América. Victor Hugo é membro do Instituto Nacional de Cultura, com sede em Cuzco.

No ano de 1996, quando o conheci, já fazia 12 anos residindo no Brasil e encantando com suas obras, nas quais, seus quadros dão continuidade à cultura Inca que dominou parte do Peru até o século XVIII, onde ocorria uma intensa atividade artística. Os temas do artista são religiosos, sem preconceitos e tendências. Usa a técnica “brocateado”, alto-relevo feito com tinta importada da Europa, mas a maior parte da tinta que ele usa é feita por ele mesmo. As molduras são folheadas a ouro, trabalhadas pelo professor Aldo Campos. Há quadros de Victor Hugo em paredes de diversos países dos cinco continentes e em galerias e museus de todo o mundo. A pintura cusquenha é o resultado da fusão da arte Européia e a milenar arte Inca.


Santa Rosa de Lima, padroeira do Peru e da América do Sul, foi um membro da Ordem Terceira de São Francisco como Terciária dominicana e é a primeira santa das América. Nasceu como Mariana de Jesus Paredes y Flores, em Lima Peru. Tomando o nome de Rosa em 1597 na sua confirmação (diz a lenda que na sua infância sua face teria sido transformada em uma rosa). Ela cuidava de flores e fazia rendas e brocados para se sustentar e ajudar a sua pobre família, mas sempre tinha em foco sua via espiritual. Tornando-se uma dominicana em 1606 ela sofreu duras perseguições de sua família e amigos pela sua recusa em se casar e seus votos de perpetua virgindade. Ao mesmo tempo, ela fez vários atos de mortificação e penitencia dando-se totalmente a Virgem Maria, Jesus e aos Sagrados Sacramentos. Santa Rosa, que foi contemporânea de São Martinho dos Pobres e Santo Toríbio de Mongrovejo, nasceu em Lima, em 1586.


A obra peruana justifica-se a partir da presente citação:


..., é notório que a América latina pode ser comumente incorporada dentro do que se define como cultura ocidental, não menos certo que, quando falamos de arte latino-americana, estabelece-se tal distinção, que destaca maneiras particulares de expressar condições sensíveis, de modos de ser e de idiossincrasias que parecem a distinguir.


..., o patrimônio da arte latino-americana é composto pela mistura entre tradições artísticas locais e a influência estrangeira, os debates entre formas de realização predominantemente figurativas e abstratas ou o reflexo de condições próprias de existência como, por exemplo, as migrações, as lutas políticas e sociais, o status social do urbano ou a recuperação do passado comum (MIRANDA, pp.55 e 56, 2011)

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