quinta-feira, 28 de abril de 2011

CHACINA DE REALENGO




CHACINA DE REALENGO

Jurandir Pereira

Antes, compreendamos pelo menos superficialmente o que é civilização Pré-Adâmica. No período da pedra polida a Terra era habitada pelos humanos aqui nascidos e formados desde os seus princípios inteligentes, constituindo tribos em diversas raças, com uma organização social primitiva e uma cultura rudimentar. O problema fundamental daquela sociedade humana, não residia especificamente na satisfação de necessidades instintivas, mas percorreram séculos para intuir o direito ao agasalho, a moradia em cavernas e outras formas de bem-estar. Embrutecidos, com suas armas toscas, brigavam entre si e entre si se devoravam. Os séculos se passavam, estes humanos terrenos muito vagarosamente progrediam. Não formavam cidades e não instituíam valores perenes de civilização. Essas remotas inclinações humanas não são partes de uma natureza constante, mas muitas vezes originavam do processo social que ajudou a formar o instinto do homem através de ações repetitivas de canibalismo e sacrifícios aos deuses: Sol, Lua e outros, das vítimas de seus temores, enfim, a natureza de cada um foi o produto cultural em que a ciência já fez desfilar o seu desenvolvimento histórico.

Nos procedimentos influenciados pelo meio, quem já tem o hábito de seleção, pode exercer sobre o sistema já mencionado, uma função de exame daquilo que se defronta, seja útil ou não, para armazenamento e futuro proveito. Assim se processa a escolha de determinada ação e passa a executá-la na realidade deixando transparecer como cópia de atos expostos por outros, seja oral ou visual. Na urgência da solução de um problema surgido, caso haja insuficiência de exemplo para ser copiado e ainda não dispondo de alguém que lhe auxilie, mergulha no seu arquivo ancestral na tentativa de reproduzir vários conceitos adquiridos que, por meios de dedução consegue montar um desfecho que lhe parece lógico. E, termina por tê-lo igual uma criação inovadora traduzindo-lhe a autoconfiança e passa explorá-lo toda vez que surge caso idêntico, seja de sucesso ou de inclinações más e boas, sempre excluindo resultados de frustração, simplesmente, apagando da memória aquilo que não lhe interessa mais, como se usasse em certos casos, a arma do perdão de si para si desde que não torne tomar atitudes desnecessárias em favor do enriquecimento de hábito inconveniente.

Desses comportamentos, não só os primitivos dispunham, mas, os humanos atuais também incorrem em situações idênticas, justamente por se fazer parte da natureza humana, muitas das vezes, as pessoas se surpreendem com a ocorrência de fatos aparentemente impossíveis de acontecer, e que se dão onde menos se espera. Surgem, então, comentários, os mais diversos, que quase sempre terminam por serem lançados à conta do inexplicável.

Ora, sabemos que nada ocorre sem um motivo, pois não pode haver efeito sem causa. O que acontece é que, às vezes, as causas estão fora do alcance de nossa percepção. Há coisas que nos obriga a investigar um passado que ultrapassa os limites da duração de uma existência material.

Os seres pensantes envoltos na matéria orgânica, quando desencarnam, levam toda a bagagem de hábitos, costumes, boas e más qualidades, rancores e amores, paixões e vícios com os quais conviveram na Terra. O espírito continua o mesmo, igual ao que era aqui. Na dimensão espiritual, são orientados, ajudados a se fortalecerem para vencer suas inferioridades, mas é renascendo na carne que eles têm que mostrar se realmente aprenderam as lições.

Quando chegam de volta à nossa biosfera, ou seja, na matéria densa, trazem a tendência de repetir a vida anterior. É aqui que eles têm, de apresentar sua evolução espiritual, aumentando as boas qualidades e vencendo, ou pelo menos diminuindo, as más propensões. Aqueles que conseguem superar suas inferioridades soa os grandes vencedores, eleva-se para seres de maior categoria, podendo até suplantar as dimensões dos mundos inferiores, partindo em busca de mundos mais felizes.

Infelizmente, a maioria não logra o êxito e muitos, até, voltam a incidir no erro. Eles satisfazem-se nos mesmos vícios, hábitos, paixões e rancores de um passado de experiências infelizes. Em todo o mundo está repleto de notícias, inclusive imagens, de atos de violência selvagem, classificados como casos de difícil explicação. Pessoas de famílias ricas que não sofrem as pressões de necessidades materiais, eles roubam pelo prazer, fanáticos por violência, eles envolvem-se em brigas, participam de gangue e gostam de armas. Todos esses comportamentos estão a um passo tanto de seqüestros como de chacina e outras modalidades criminosas.

Pessoa assim pode-se, pois, deduzir que a causa do problema está enraizada na sua vida passada. Todas as boas e más tendências o acompanharam para a vida atual refletindo os seus atos em prejuízo de si próprio e da sociedade. Esse quadro, como já dissemos, tais pessoas tiveram as chances de se recuperarem e reerguerem de sua inferioridade, mas falharam como repetentes da vida, reincidindo nos mesmos erros.

Das boas qualidades, com certa freqüência ouvimos dizer que estamos vivendo uma nova ordem mundial, de alcance econômico e continental, uniões ainda um pouco receosas, i.e., a globalização. E por conta deste fenômeno, estão desaparecendo muitas das barreiras que limitavam o intercâmbio humano. Entenda-se intercâmbio como interação, comunicação, trocas positivas e negativas, avanços na área do conhecimento tecnológico e científico, etc. Com o auxilio da tecnologia, os meios de comunicação estão mais aprimorados, permitindo que as distâncias sejam vencidas e as pessoas se aproximem, quando não fisicamente, numa interação de informações e troca de conhecimentos. Só que cada pessoa faz-se acompanhar da sua bagagem pessoal, constituída pelo próprio comportamento e pelas ações que a cada dia executa.

Este fenômeno possibilitou, indiretamente, que a grande série de acontecimentos que se verificam diariamente no mundo sejam divulgados em todos os recantos do nosso Planeta. Infelizmente, parece que os monopolistas das comunicações simpatizam apenas com tragédias, pois nos repassa os piores quadros, onde as cenas de violência são representadas pelo colorido forte de palavras exaltadas, que mais parece uma tentativa de enaltecer o que deveria apenas ser lamentado. E, como se isso não bastasse, surge o enorme coro de comentários a se espalhar em todas as direções e nas mais diversas línguas, parecendo uma conscientização coletiva, daqueles que desejam livrar-se do medo, mas que nada fazem para corrigir ou minorar os males acontecidos.

É certo que não devemos ignorar o que acontece em nosso mundo, porém, a divulgação repetitiva dos fatos um fulcro energético em constante atividade, dando força aos pensamentos que recebe e emite daí a necessidade de escolher o alimento que lhe oferecemos. A simples análise demonstra que ainda é muito grande o contingente de seres humanos envolvidos por sentimentos menores, e por isso mesmo somos suscetíveis aos acontecimentos negativos, que sempre causam grande impacto sobre as mentes que ainda não possuem uma forte estrutura moral. Além do mais, sabemos que, à força de repetição, a tendência humana é assimilar o que se divulga e, no caso das ações mais tristes, reforçar a imagem mental desses casos deploráveis.

Solução para tanto problema? Sabemos que é muito difícil. Mas podemos mudar nosso comportamento. Se a comunicação nos informa, saibamos receber a notícia de forma equilibrada. Ajudemos, se estivermos em condições de o fazer; e, se isso não for possível, evitemos divulgar o fato, através do comentário fácil que nada constrói. Mas ainda nos resta um outro recurso. Quando sentimos a angústia nos envolver, penalizados pelas dores dos nossos irmãos, busquemos as forças positivas do Universo, exortando-as em favor dos aflitos e vibrando pelo restabelecimento da paz.

Os problemas da atualidade são sérios, as questões que nos envolvem são profundas e deixam marcas. No entanto, é este o nosso mundo e por ele todos somos responsáveis. Não podemos deixar que a humanidade se acostume com o som e a imagem da negatividade. Será que é tão difícil enaltecer o bem para que sirva de estímulo a novas práticas? As palavras que descrevem as ações humanitárias terão, por acaso, uma musicalidade tão baixa que já não conseguem atingir a audição de quem está acostumado à irritabilidade, à revolta e à desarmonia?

Vamos lembrar que, em questões de cidadania, o nosso dever não termina na porta de entrada da nossa casa. Por isso, trabalhemos por um mundo melhor, dentro do ambiente em que nos movimentamos, tendo comportamento equilibrado e oferecendo bons exemplos através de ações dignas e de respeito a todos os seres humanos e à natureza. Comecemos uma cruzada de modificação comportamental, através de uma postura de compreensão acerca do aprendizado de que ainda somos carentes. Os grandes exemplos estão em vários luminares, nos mestres dos ensinamentos e, neles podemos encontrar ajuda e inspiração; com seus auxílios poderemos amenizar a imagem do sofrimento, visualizando o bem geral que todos devemos perseguir com muita fé e confiança.

Goiânia, abril/2011

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Vídeo - Entrevista

O vídeo apresenta uma entrevista feita pelo jornalista Alarico Rezende, comunicador da Rádio Brasil Raiz, São Paulo - SP, via WEB: www.radiobrasilraiz.com.br, no programa de domingo da "Sala de Visita" ocorrida em 03/04/2011.


No decorrer da fala pode ser visualizado imagens de trabalhos em desenhos e pinturas da artista plástica Gené - Genercy Maria da Costa Moraes.